Meu humor hoje está bastante melancólico: o céu está cinza pesado, chove e não estou com vontade de conversar. Fiquei, então, procurando um (a) fotógrafo (a) das minhas inspirações que estivesse condizente com este meu estado de espírito esquisito e lembrei de Aëla Labbé.
Aëla nasceu na França, mudou-se para a Holanda para estudar dança contemporânea e desde então se envolve com ambos: dança e fotografia. A fotografia de Aëla é composta de imagens saídas do inconsciente ou de um sonho estranho – daqueles que, quando acordamos, deixa uma sensação meio amortecida, mas não conseguimos lembrar exatamente por quê. Suas imagens são etéreas e místicas, como se sondassem uma parte da mulher escondida e meio esotérica.
E, exatamente como o inconsciente ou como os sonhos, não conseguimos definir onde são as fotos, de que época datam ou quem são as pessoas. São personagens e cenas indefinidas e indeterminadas, que deixam sua fotografia ainda mais instigante. A presença da natureza é forte nas suas imagens, onde as modelos (geralmente amigas ou pessoas de sua família) interagem de uma forma onírica e fantasiosa com os elementos.
Aëla procura retratar lados obscuros e representações não tradicionais de sentimentos e turbulências internas e diz se inspirar muito em sua sobrinha, Jeanne, “uma criança que orbita na melancolia o tempo todo, apesar da pouca idade”, segundo a fotógrafa.
Atualmente, Aëla mora com os pais, uma irmã e um irmão e diz ter um lar acolhedor e cheio de amor, onde sente-se segura para explorar atmosferas mais sombrias sem perder a si mesma. Seus pais também são artistas e colecionadores de antiguidades. Fotografia é um trabalho freelance e Aëla atualmente trabalha como professora de dança contemporânea.